Venda de sentenças: desembargador tentou influenciar decisões em processo contra empresa do filho, aponta PF

  • 05/05/2025
(Foto: Reprodução)
Trocas de mensagens acessadas pela Polícia Federal mostram diálogo de Sideni Soncini Pimentel com juiz sobre processo de ação civil pública de danos ambientais ajuizado contra empresa que tem como uma das partes Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho do magistrado. Sideni Soncini Pimentel, desembargador do TJMS. Divulgação Relatório da Polícia Federal (PF) encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta tentativa do desembargador Sideni Soncini Pimentel em influenciar decisões a favor de seu filho, Rodrigo Gonçalves Pimentel. O magistrado é um dos sete desembargadores investigados por venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Segundo a PF, o processo tem como uma das parte empresa na qual Rodrigo é proprietário. A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e aponta danos ambientais em uma propriedade localizada às margens do rio Formoso, em Bonito, conforme consta no TJMS. (Leia mais abaixo sobre o processo) O g1 e a TV Globo tiveram acesso ao relatório da PF que mostra mensagens enviadas pelo magistrado a um juiz de Bonito. Por áudio, Sideni fala ao juiz que está encaminhando material para que ele possa se inteirar do assunto. “O [nome do juiz] deixa eu te falar… O pessoal envolvido nesse caso que eu falei contigo, me deixaram [sic] aqui um material eh… Como outrora foi resolvido o problema dos decks aí em Bonito. Como você está chegando agora e parece que dentro desses autos não está esse material aqui que eu vou te mandar a seguir aqui, tá bom? Apenas para você se inteirar da questão aí que você vai ter que resolver. Um abraço pro cê, tchau, tchau”, disse o magistrado. Em resposta, o juiz responde que “vou verificar certinho”. LEIA TAMBÉM Filhos de desembargadores suspeitos de vender sentenças em MS tinham suposto tratamento privilegiado na compra de decisões, aponta investigação Venda de sentenças: Entenda como desembargadores se articularam em esquema, segundo a PF Principal vítima de venda de sentenças, BB teve prejuízos que ultrapassam R$200 milhões Venda de sentenças: PF pede que desembargadores do TJMS sejam denunciados por corrupção No material enviado por Sideni, consta que o MPMS arquivou um processo semelhante ao que envolve Rodrigo Pimentel. Para a PF, há indícios que Sideni Soncini Pimentel tentou usar o cargo para benefício pessoal. O g1 entrou em contato, com a defesa do desembargador Sideni Soncini Pimentelntegra: que declarou que o desembargador não teve influência nas decisões. Leia a íntegra: Além de não ter qualquer relação com os fatos investigados, o material maliciosamente indicado pela autoridade policial não indica qualquer influência do desembargador Sideni nas decisões dos assuntos em questão. No caso da construção de um deck, houve o deferimento de uma liminar requerida pelo Ministério Público. A defesa lamenta a seleção de mensagens fora de contexto para a criação de um cenário de ilicitude que busca induzir o Judiciário a erro. A defesa de Rodrigo Gonçalves Pimentel disse que "o relatório é repleto de suposições". Leia a íntegra: O relatório policial é repleto de suposições, ilações e insinuações — mas não há uma única prova de que Rodrigo Pimentel tenha sido favorecido por qualquer pessoa ilicitamente. Danos ambientais A ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul tramitou na 2ª Vara da Comarca de Bonito, em agosto de 2024. Conforme consta em relatório do TJMS, foram constatadas irregularidades em uma propriedade situada às margens do rio Formoso, como "construção de decks, passarelas e outras estruturas em área de preservação permanente, sem a devida autorização ambiental". A justiça também aponta que foram feitas "roçadas periódicas na vegetação protegida, requerendo a responsabilização dos réus pelas intervenções e danos ambientais causados". O processo transitou em julgado e as partes, que inclui a empresa de Rodrigo Gonçalves Pimentel, foram multadas em R$10 mil, segundo consta no TJMS. Ultima Ratio Desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul afastados. Reprodução A operação "Ultima Ratio" foi deflagrada pela Polícia Federal, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em outubro de 2024. Dois dias depois, o processo subiu para o STF, sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin. Cinco desembargadores foram afastados em razão da investigação que apura corrupção e venda de sentenças. Outros dois, que são aposentados, também são investigados. Confira quem são os desembargadores investigados: Sideni Soncini Pimentel Sérgio Fernandes Martins (então presidente do TJMS à época da operação Ultima Ratio) Vladimir Abreu da Silva Alexandre Aguiar Bastos Marcos José de Brito Rodrigues Júlio Roberto Siqueira Cardoso (desembargador aposentado) Divoncir Schreiner Maran (desembargador aposentado) Durante a operação, foram apreendidas diversas armas na casa de dois desembargadores. Além disso, foram encontrados mais de R$ 3 milhões em espécie. Somente na casa de um dos investigados, foram encontrados R$ 2,7 milhões. Segundo as investigações, entre os crimes cometidos pelo grupo estão: lavagem de dinheiro; extorsão; falsificação A operação, fruto de três anos de investigação da Polícia Federal, foi batizada de "Ultima Ratio", um princípio do Direito segundo o qual a Justiça é o último recurso do Poder Público para parar a criminalidade. Veja também: Desembargadores receberam salários, mesmo afastados Venda de sentenças: Desembargadores receberam salários, mesmo afastados Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/05/05/venda-de-sentencas-desembargador-tentou-influenciar-decisoes-em-processo-contra-empresa-do-filho-aponta-pf.ghtml


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